"Trata-se de um teatro de porte médio elaborado dentro da técnica mais apurada. Para isso organizamos nossa equipe: Hélio Penteado, Hélio Pasta e eu na arquitetura; Promon nos problemas estruturais; Nepomuceno na acústica, Mingrone na luminotécnica; Ripper na cenotécnica; Luís Fernando na ventilação e ar-condicionado; e Afonso Assumpção no controle diário dos problemas arquitetônicos da construção. Para enriquecer o teatro, convocamos Marianne Peretti e Athos Bulcão, responsáveis pelos dois belos murais previstos no projeto. O teatro deveria atender problemas econômicos mas também, e antes de tudo, constituir um bom exemplo da técnica teatral. Nisso nos procuramos deter, criando à volta da construção uma parede dupla de apoio acústico por onde passam todos os sistemas técnicos, inclusive as circulações internas que uma obra desse gênero exige. E esta solução se fez tão lógica, tão prática e inovadora que, de hoje em diante, a adotaremos em todos os nossos projetos de teatro. Dentro desse espaço circular de 36m de diâmetro estudamos o teatro. Na cota -2,30m, independente do teatro, fica um local destinado a congressos, conferências, cursos, etc., provido de um auditório com capacidade para 126 pessoas, salas de reuniões e uma pequena área para a direção do teatro. Um acréscimo no programa que nos foi entregue, útil, utilíssimo, como elemento cultural desta cidade. Na cota + 1,50m, o foyer, com pequeno espaço para exposições, o subsolo do palco e os camarins. Na cota + 5,30m fica o teatro propriamente dito, com 466 lugares (o aconselhável para um teatro como este deve ser entre trezentos e seiscentos lugares), palco com abertura de 17m, ligado diretamente à rua por um elevador, permitindo subir à cena qualquer tipo de objeto. Um automóvel, por exemplo. Apesar de se tratar de obra complexa, o prazo estabelecido para sua conclusão foi de 6 meses, preliminar atendida graças à colaboração permanente dos engenheiros Menendez, Edson, Alcides, Denise, mestre João e dos quatrocentos operários que na obra trabalharam. O teatro está pronto. Como arquitetura é simples e econômico, evitando grandes painéis de vidro, como suas funções internas sugeriam. Somente na cobertura e na marquise de entrada nos permitimos maior liberdade. A liberdade e a invenção arquitetural a nosso ver indispensáveis." |
quinta-feira, 21 de março de 2013
MATÉRIA AGREGADA À HISTÓRIA DA BANDA DE ARARAS
terça-feira, 19 de março de 2013
MONUMENTO COMEMORATIVO CAMPEONATO
segunda-feira, 18 de março de 2013
BANDAS DE MÚSICA DE ARARAS - PREÂMBULO
(artigo de Nelson Martins de Almeida para os jornais "Tribuna do Povo e "A Cidade" - Araras 15 de março de 1979)
MAESTRO FRANCISCO PAULO RUSSO - DADOS BIOGRÁFICOS
Francisco Paulo Russo nasceu em Nápoles, Itália, no dia 21 de Agosto de 1882, filho do escultor, Francisco Paulo Russo e Joana Leonardi Russo. Fez seus estudos de música em Nápoles e Pizo, na Calábria, transferindo-se para o Brasil, em 1898 e escolheu a cidade de Araras para residir. Em 2 de setembro de 1926, inaugurou um curso de piano; fundou e dirigiu diversas corporações musicais, destacando-se a "Lira Infantil Carlos Gomes", fundada em 1928, a qual atuou em várias cidades paulistas. Fundou ainda a Corporação "Pedro Mascagni" e reorganizou em 1913 a Banda "Carlos Gomes", uniformizada e aumentada para trinta músicos. Essa banda foi a mais perfeita que se constituiu em Araras, sendo em sua época, considerada a melhor de todo o interior paulista.
Convidada para as comemorações do Centenário da Independência realizadas em São Paulo, em 1922, portou-se com brilhantismo. Nessa ocasião, participando de um Concurso de Bandas do Centenário da Independência, o maestro Francisco Paulo Russo, conquista para a cidade de Araras magnífica vitória ao obter o 1º lugar na classificação geral, a que concorreram inúmeras bandas.
O povo de Araras, em sinal de reconhecimento à sua dedicação e trabalho, o fertou-lhe uma batuta de ébano e ouro à qual juntou os dizeres: "a preciosa lembrança de uma batuta de fino ébano guarnecida de ouro, da mocidade ararense, representa o carinho e reconhecimento do povo de Araras ao esforçado Maestro que, com sua disciplinada Corporação, colheu os maiores louros na Capital". Foi ainda o Maestro Paulo Russo, fundador e 1º Presidente da Sociedade 21 de Outubro; fundador e 1º Presidente do Centro 1º de Maio, hoje Grêmio Recreativo Ararense; foi ainda proprietário do jornal "Tribuna do Povo", que dirigiu por algum tempo. Compôs várias peças musicais, destacando-se entre elas: o "Hino do Ginásio do Estado da Cidade de Araras", com versos de Salvador J. Moraes; "Alma Ararense" (Saudade de Araras), "Tempo de Mazurca", "Hino do Centro Cultural Ararense" e "Pensamento Religioso", peça dedicada ao Papa Pio XII. Pelos serviços prestados à comunidade ararense, a Câmara Municipal deu a uma das ruas do centro da cidade a denominação de "Francisco Paulo Russo", em justa homenagem àquele que soube ser útil a seus semelhantes, servindo à terra que soube acolhê-lo.
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Piano pertencente ao Maestro Francisco Paulo Russo Doado ao Teatro por sua neta Clélia Lagazzi Russo Pastorello |
acompanhe fonte biográfica adicional site
AS BANDAS DE ARARAS - CRONOLOGIA
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1908 - "PIC-NIC"
foto e dados extraídos do Álbum de Araras - Nelson Martins de Almeida, 1948
Um "pic-niq" que se tornou céblebre quando foi realizado em 1908, o "Carrapatar", sítio existente nas proximidades de Loreto, neste município. Foi organizado por elementos da colonia italiana, a cuja testa se achavam Francisco Paulo Russo e outros
MAESTRO JACOB SCHILITLER
Arquivo de Carlos Viganó, resgatado por sua filha Matilde Aparecida Salviato Viganó.
O desgaste natural do tempo, a letra incomparável, a fragilidade na composição da escrita esmerada do maestro, o apreço em buscar a dedicatória a cada composição faz desses cadernos, raros, preciosidade para este espaço.
Tempo imemoriável... Décadas nos separam dos anos áureos. Mas é a história que clama ser registrada. Ser recontada através das expectadoras.
Matilde teve no pai - Carlos Viganó (seu Lico) o personagem central da música. O gosto pela arte maior das notas, dos compassos, da harmonia.
Inajá o prazer pela história. Sua trajetória com o pai Nelson Martins de Almeida ( historiador de Araras) viria incutir-lhe o prazer pelas linhas do tempo. Não como refém, mas como tecelã de uma nova era. De um novo tempo a ser transmitido às gerações vindouras. Pois como diz Augusto Cury, em seu livro "A fascinante construção do eu", pág. 72, edição 2011:
Esta é uma partitura do maestro Schillitler datada de 1944
Caderno da aluna Ana Maria - 1951
Esta valsa é gentilmente dedicada a tia Beatriz.
O cuidado do professor ao transmitir o prazer e o empenho na dedicatória da aluna.
Nesta valsa é o primo Itabajara - filho de Nelson e Dalila - homenageado.
A jovem Ana Maria atentava aos detalhes. Era-lhe primordial engajar-se ao lado romântico do professor que inspirava a tantos.
Aqui outra preciosidade guardada nos porões do tempo.
Os anos 1915 registram o cuidado e zelo de Domingos Viganó - acordionista e pai de Carlos Viganó.
Aos poucos as lembranças vão tecendo colchas de retalhos.
Herdamos de nossos pais. A arte da música. A arte da escrita.
E nos irmanamos a Goethe, quando a dizer:
BANDAS ATRAVÉS DO TEMPO
1928 - O maestro
Francisco Paulo Russo surpreendeu a todos, com a formação dessa composição de
músicos, que não poderia chamar de “Bandinha”, só porque seus integrantes eram
mirins. Era uma Banda mesmo, já que integrada por 23 elementos que tocavam “como
gente grande”.
(texto extraído do "Álbum das
Bandas de Araras" – Nelson Martins de Almeida, pág. 32)
1929 – 107º aniversário da Independência do Brasil
Podemos observar que,
com seus atributos valorosos e sábios, manipulando culturalmente a tendência
musical dos jovens ararenses, o maestro Francisco Paulo Russo escolhe, de forma
magistral, a data do aniversário da Independência para estrear publicamente
essa Banda renovada de valores.
A Lira Infantil
Carlos Gomes sai às ruas, fazendo alvorada, anunciando a sua inauguração
oficial. Os meninos dão conta do recado como se fossem músicos adultos. À noite
realizam concerto no Coreto da Praça Barão de Araras.
(texto extraído do "Álbum das Bandas de Araras" – Nelson Martins de Almeida, pág. 32/33)